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quinta-feira, 6 de dezembro de 2012

A arte de sonhar... E o sonho nas Artes

Olá, hoje estamos começando com uma nova postagem para levantar o nosso blog, pois ultimamente andamos meio descuidado dele... Peço minhas mais sinceras desculpas, é claro. Vamos falar sobre a arte dos sonhos e o sonho nas artes... Interessante não?
Os sonhos podem ser considerados janelas que nos levam até o nosso interior desconhecido, dentro de nós mesmos. Uma forma muito simples de entender os sonhos é a arte, pois entender os sonhos é entender a nós mesmos.
Por toda a História os sonhos tem aparecido diversas vezes com a finalidade de explicar ou dar ênfase a alguma coisa em obras de muitos artistas, sendo de maneira explícita ou não.Os artistas, muitas vezes, usam estes sonhos como uma fonte de inspiração para expressar os seus sentimentos mais íntimos.
Nietzsche é um filósofo que defendia a estreita relação entre a arte e o sonho, pois para ele o fundamento das artes plásticas e da poesia estavam por trás da natureza bela dos sonhos. Jung desenvolveu um paralelo entre a estrutura, o desenvolvimento e a composição dos sonhos com as obras da tragédia clássica. Mas independente de tudo isso, digamos que é muito difícil para os artistas conseguirem transmitir todo o sentimento contido em seus sonhos, pois convenhamos que se trata de algo abstrato, não é algo que podemos tocar, manusear ou qualquer outra coisa, nós só o sentimos...
Dante Alighieri em sua mais famosa obra, A divina Comédia, nos dá um ótimo exemplo desta relação entre sonho e arte, pois neste livro o autor nos mostra suas poesias materializadas no papel com uma forte presença do insólito, o que nos remete a crer que é fruto do seu inconsciente. 
Provavelmente, o exemplo mais antigo que temos sobre obras totalmente voltadas para o universo dos sonhos é o poema sumeriano Epopeiade Gilgamés, onde a narrativa se baseia na interpretação dos sonhos dos personagens, trazendo um grande conteúdo onírico à obra. Da Epopeia de Gilgamés, atualmente, só restam fragmentos, mas nem assim somos impedidos de sentir e perceber a beleza desta obra.
A epopeia, enquanto gênero literário, sempre se mostrou como um dos gêneros que mais buscou inspiração nos Mistérios dos Sonhos. A Mahabarata e o Romayana são obras que trouxeram um grande conteúdo onírico à cultura clássica Indiana. Nesta epopeia, o poeta Tulsidas, preso em uma torre, busca em seus sonhos m exército de macacos com a missão de liberta-los. O real e o metafísico são controntados, o que realmente tem a ver com a cultura da Índia e do Oriente em geral.
Já no Ocidente, Homero usou o sonho, em sua obra Ilíada e Odisséia, como suporte para o desenrolar das narrativas. Na Ilíada, Patroclo, moribundo, cômica-se com seu amigo Aquiles, implorando para que este o enterre, para que então ele possa descer ao Hades. A antiga mitologia grega que ainda nos serve até o dia de hoje, sem dúvidas é um berço de sonhos misteriosos que nos remete ao subconsciente dos antigos heróis e heroínas da mitologia, mas este assunto em especial será tratado em outras postagens.
Shakespeare buscou neste passado clássico a inspiração das tragédias antigas, que influenciou bastante em sua obra. O sonho é usado sempre para trazer anúncios e fundamentar acontecimentos insólitos, lembrando-se de que insólito é tudo aquilo que acontece e é aceito pelas pessoas sem que exista uma explicação lógica ou religiosa. Em Henrique VI, o cardeal de Winchester tem um sonho premonitório, que revela antecipadamente a morte do duque de Gloucester. Em Romeu e Julieta, Romeu sonha que sua amada o encontrava morto, ressucitando-o com seus beijos. Nesta mesma obra, Baltazar sonha com seu amo sendo morto por outro cavaleiro. Em sonho de uma noite de verão, o real e o onírico oscilam. Em A Megera Domada, o sonho e o real também são encontrados.
Voltando ao Oriente, o poeta Tu-fu escreveu ao seu amigo, no século VIII, uma poesia escrita quando Li-Po caiu em desgraça e foi desterrado. Tu-Fu utiliza o poema para advertir o amigo.
Enfim, existem inúmeros outros exemplos de sonhos ao longo da história que de alguma forma inspiraram artistas para que nós pudéssemos ter este grande acervo literário de hoje em dia, e a seguir deixo o último de hoje. Um poema que é muito conhecido, mas que seu autor é um estranho o qual nunca soubemos o nome:

Pegadas na Areia

Uma noite eu tive um sonho... 
Sonhei que estava andando na 
praia com o Senhor,e através do 
Céu, passavam cenas de minha vida. 
Para cada cena que passava,percebi 
que eram deixadas dois pares de 
pegadas na areia;um era o meu e o 
outro do Senhor. 
Quando a última cena de minha vida 
passou diante de nós,olhei para trás, 
para as pegadas na areia,e notei que 
muitas vezes no caminho da minha vida 
havia apenas um par de pegadas na areia. 
Notei também que isso aconteceu nos 
momentos mais difícies e angustiosos 
da minha vida. Isso aborreceu-me deveras, 
e perguntei então ao Senhor: 
"Senhor, Tu me disseste que,uma vez que 
eu resolvi Te seguir, Tu andarias sempre 
comigo, todo o caminho, mas notei que 
durante as maiores atribulações do meu 
viver havia na areia dos caminhos da 
vida, apenas um par de pegadas. 
Não compreendo porque nas horas 
em que eu mais necessitava de Ti, Tu 
me deixastes". 
O Senhor respondeu: 
Meu precioso irmão, Eu te amo e jamais 
te deixaria nas horas da tua prova e 
do teu sofrimento. 
Quando vistes na areia apenas um par 
de pegadas, foi exatamente aí que 
EU TE CARREGUEI EM MEUS BRAÇOS.

Referências de Leituras:
< www.wikipedia.com>
<Livros de Shakespeare, Homero e outros>

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